segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Como cheguei até aqui

Sempre fui uma boa aluna e sentia facilidade no estudo (quando me decidia a aplicar ao mesmo) e como tal, aos poucos, parece que fui ficando viciada. Ou seja, quando acabava as aulas, queria inscrever-me em workshops ou cursos de Verão, cursos intensivos... qualquer coisa para que pudesse sempre continuar a aprender coisas novas.

Podia haver vícios piores, certo? Não sei.

Vejamos:

Quando terminei a licenciatura, inscrevi-me quase automaticamente no Mestrado. Adorei. Adorei as aulas, os trabalhos individuais e os trabalhos de grupo. Depois cheguei à temida tese e foi um suplício. Até então nunca tinha ouvido falar em Estado da Arte e Metodologias, e a loucura começou a esticar os seus dedos frios até mim. Sim, é verdade, tive alguns fanicos enervantes mas, graças aos meus 2 santos e magníficos orientadores, sobrevivi. Sim. Posso dizer sobrevivi pois foi uma luta até emergir feliz e contente com a tese nas minhas mãos.

Como só posso ter ficado afectada psicologicamente, vai de me inscrever no Doutoramento. E aqui... aqui é que começam os problemas sérios.

Enquanto estivemos em aulas e trabalhos individuais foi tudo muito lindo, confesso. Adorei tudo o que aprendi e chegava da escola sempre renovada e cheia de ideias e motivação para trabalhar. Depois chegou a parte da tese. E o meu cérebro fritou. A minha obsessão por fontes (e sim... continuo ainda a recolher bibliografia), o facto de um dos orientadores não me responder aos e-mails, ter um orientador que me diz que apenas lerá cada capítulo 1 vez, o facto de tudo o que escrevo me parecer fútil e pouco inteligente, fez com que abatesse sob pressão. E quando disse abatesse é mesmo abatesse. Comecei a sofrer de ansiedade, comecei a sentir a voz da depressão a chamar por mim e por várias vezes senti-me a enlouquecer. Por várias vezes abandonei tudo o que me lembrasse a tese, só na busca da sanidade mental. Mas basta voltar a abrir um e-mail, voltar a olhar para o meu deadline, voltar a pensar na quantidade estúpida de dinheiro que já gastei sem ter nada para mostrar, para começar a ter dores no peito e o cabelo a cair.

Desde que cheguei a este ponto dos meus estudos, sinto-me mais burra do que nunca. Honestamente, acho que já nem escrever sei. Mas escrever sempre foi a minha forma de desabafar e é por isso que criei este blog. Para largar vapor. Para desabafar. Sei que nunca ninguém irá ler estas palavras, mas aqui as deixo.

Olá, sou a Louca da Tese e até me inscrever no Doutoramento eu era uma pessoa normal.

1 comentário:

  1. Tenho a leve sensação que esses orientadores não sabem o que fazer a um conteúdo tão rico, miuafa naqueles rabos é o que vejo.
    Não desistas agora minha louquinha preferida

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