quinta-feira, 29 de junho de 2017

Bipolaridades Doutorais - a Fase Maníaca

Agora que o computador já fez todos os updates, consegui sentar-me com calma e comecei a escrever.

E escrevi, e escrevi, e escrevi até que de repente estava escuro na rua.

Vá...ok...foram só 400 palavras. Mas para quem esteve num deserto de escrita académica durante tantos meses (cof cof Anos cof cof), 400 palavras é digno de celebração! É digno de dança à volta da mesa. É digno de uma ovação!

E vai que hoje encontrei uns artigos que me podem ajudar a concluir este sub-capítulo ainda esta semana.



quarta-feira, 28 de junho de 2017

Explosões de Raiva e o porquê de muitos Doutoramentos terminarem em divórcio

Após o jantar desceu em mim uma inspiração súbita para reescrever e reestruturar o Capítulo 1. Liguei o meu pequeno portátil e ao fim de uns quantos minutos, foi finalmente possível abrir o Word. Consegui, literalmente, escrever uma frase até que pediu uma actualização.

Gravei a frase e fiz a actualização.

Reiniciei o computador.

Voltei a esperar não sei quantos minutos até conseguir abrir o Word.

O ficheiro de Word passou a ser somente de Leitura e não me deixava alterar para o modo Edição.

Não consegui escrever uma única letra.

Respirei fundo.

Insultei o computador.

Insultei o meu marido, que escolheu o computador.

Tentei escrever uma letra com outro teclado.

Insultei, com muito mais vigor, o meu computador.



Insultei, ainda com mais vigor, o meu marido que me disse que a culpa era minha porque há demasiado tempo que não ligava o portátil e por isso deveriam existir dezenas de actualizações a serem feitas.

Insultei o meu marido com todas as minhas forças. Basicamente culpei-o de tudo o que de mal existe no mundo.

Chorei de raiva.


Desliguei o portátil.

Chorei ainda mais de raiva.

Fiquei a ver televisão até às tantas da noite, para tentar acalmar a raiva.

Deitei-me com vontade de explodir com o mundo.

Antes de adormecer, insultei o meu marido e o portátil, só um bocadinho mais.

Acordei 5 horas depois com dor de cabeça, zonza e com um sentimento de arrependimento que penso ser compatível com o que algumas pessoas que beberam uns copinhos a mais na noite anterior, e não sabem muito bem o que fizeram, de certeza sentem pela manhã.

Chego ao trabalho e oiço um vlog sobre Doutoramentos e as Relações onde dizem que uma grande percentagem de alunos de doutoramento passam por divórcios. E percebi porquê. Juro que percebi porquê.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Por favor, não me peçam autógrafos

Ora bem, ontem descobri que fui citada num artigo cientifico.

Nada demais, nem sequer foi uma citação da minha genialidade, apenas um "(...) tal como foi provado por investigadores portugueses (o meu orientador, a minha orientadora, MOI MÊME: 2011; pessoal que não conheço, pessoal que não conheço: 2007)"



quarta-feira, 14 de junho de 2017

Ideias Geniais ou Como Acabar a Tese este Ano


Uma resposta

Como já aqui escrevi, estas últimas semanas têm sido de contemplação. Não conseguia decidir se deveria ou não continuar e o stress começou a amontoar-se. Chegou a um ponto que tive mesmo que marcar uma consulta no Gastroenterologista porque não conseguia já aguentar as dores. E sim... em princípio é do stress.
 
Já há uns meses fui ao médico com dores no peito e qual o diagnóstico? Stress.
 
Também tenho tido dores de cabeça super fortes e noites em que durmo umas 04 horas (isto vindo de uma pessoa que acha que 08 horas é ter insónias).
 
 
 Ou seja, a tese está a tentar matar-me!!!
  
Mas, agora decidi também ir por outro caminho que me está a ajudar imenso: a Hipnoterapia.  Nas nossas sessões primeiro conseguimos perceber o que me estava a bloquear e agora consegui definir se deveria prosseguir ou não. A verdade é que, tal como percebi, investigação e escrita são duas coisas que amo de todo o coração e que me dão imensa alegria. Há muitos anos que a profissão que almejo é ser professora, pois ensinar é algo que me dá bastante gozo (apesar de me enervar imenso com alguns estagiários). E se deixasse este projecto para depois, talvez não conseguisse regressar e será que depois sentiria que a minha vida estava completa?

Ao tentar visualizar o meu futuro profissional, aquilo que me daria mais alegria e realização pessoal, seria sem dúvida conseguir começar a dar aulas e quem sabe escrever!

Por isso... serei eu capaz de entregar a tese até ao Natal??



(Atenção, eu nunca disse que tenho jeito para isto da escrita. Só estou a dizer que é algo que gosto bastante de fazer e que sempre utilizei como ferramenta de combate à ansiedade.)

quinta-feira, 8 de junho de 2017

O Pântano da Tristeza

Uma prova de que todos nós passamos pelos mesmos problemas, neste mundo das teses de mestrado e doutoramento é a quantidade de artigos e vídeos que contam as batalhas que são em tudo semelhantes às minhas.

Encontrei mais um (creio que nos comentários do vídeo anterior) que deixo aqui.

As partes que creio que sumarizam tudo o que nós vivemos e sentimos são:

"Students are far more likely to not complete a thesis than to fail. Part of the reason for this is what I like to call the swamp of sadness. The swamp of sadness comes from the kids book The Never-ending Story. "
 
"Atreyu knows that the swamp of sadness will only suck you down if you stop believing you can walk through the swamp. He’s a hero. So while he is not happy about the swamp, he keeps walking, he’s muddy but moving."
 
"Now, every thesis journey, like any good hero’s quest, has some kind of swamp.
The swamp is usually a period where everything seems too hard, and to just moving forward is a struggle. The swamp is in your mind, but that is of course the worst place for it.
 
If you stop walking at this point, you will sink."
 
"My extensive knowledge of fantasy books tells me that when you start to sink into a swamp one of three things will happen:
  • You will panic, and thrash around and make a lot of noise and just make yourself sink faster.
  • Or you will freeze and sink quietly, with no one noticing you are even in trouble
  • Survivor types, however, tend look for a rope."
 
"The last point shows that you don’t actually have to be a hero to survive the swamp. It’s always possible to be rescued, because even if you stop believing in yourself you can still believe in the rope, and the rope will help you keep walking."
 
"What’s the rope? Well, it could be anything. This blog, a conversation, a paper to read… Often though it’s just some timely advice from a teacher. Now the best teachers can make you believe that are throwing you a rope, but not if you don’t let them convince you. (Which is why the people you surround yourself with in your thesis journey are crucial. Cultivate those who can throw you the best kinds of rope, so you can more easily believe in their rope.)"
 
"You have to pull yourself out of the swamp. This sucks, because it’s difficult, slow, hand-over-hand, gritty, horrible work, and you will end up very muddy. But I think the muddier the swamp, the better the learning really. I suspect the best kinds of teachers have themselves walked through very horrible swamps"

Fonte: Thesis Whisperer

How to Finish Your PhD Thesis in 6 Months Even If You Have No Idea What ...




Achei que seria interessante colocar aqui no blog para quem quisesse ver o vídeo.

Anular ou não anular, eis a questão.

Hoje descobri um vídeo no Youtube (ferramenta mais queriducha do meu coração) que me deu alguma esperança:
 
 
Um exemplo que o autor Scott Rank deu foi Isaac Asimov e Ernest Hemingway. Dois dos melhores e mais proliferantes autores da História (talvez juntamente com Stephen King). O exemplo dado foi que estes 2 escritores eram conhecidos por explicarem que acima de tudo escreviam todos os dias e escreviam rapidamente. Primeiro concentravam-se em pôr ideias no papel e só depois é que editavam e articulavam melhor as ideias.
 
 
Parece-me interessante, por isso decidi criar um desafio a mim mesma: caso eu dê por, finalmente fechado, o Capítulo 1 até o final deste mês voltarei a inscrever-me mais um semestre. Mas apenas 1 semestre. Custa-me desistir de uma coisa que faz parte de mim e onde já gastei tanto dinheiro.
 
 
Segundo o Scott, como percebemos que o capítulo está pronto para entrega? Quando já só mudamos pequenas coisas no texto, como virgulas e alteramos apenas uma ou outra palavra. Quando reescrevemos a mesma coisa, uma e outra e outra vez a mesma coisa... está pronto.
 
Scott Rank também explica que quando um capítulo parece errado, melhoramos mais a retirar todo o glitter que está a mais, do que a acrescentar mais glitter literário. Para melhorar um texto, devemos sempre cortar cerca de 10% do texto para que este fique mais perceptível, directo e simples.
 
Está decidido!
 
 
 


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Atirar a toalha?

Foi no início de Junho que pensei: "Merda. Já estamos em Junho? Mês 6? Tipo... MEIO DO ANO? UM MÊS DA DATA DE ENTREGA?!? E EU AINDA NÃO TENHO O CAPÍTULO 1 FINALIZADO COMO QUERO???? AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!"
 
E pronto... foi aí que comecei, seriamente, em pensar em anular tudo. Será que vale mesmo a pena andar a gastar este rio de dinheiro e nunca avançar nas coisas? Estou vai para 03 anos de volta de uma tese horrenda que parece que me engole como areias movediças. Mesmo quando o que escrevo não me parece horrível de todo, sei que poderia estar mil vezes melhor e mais completo. E já não sei como fazer. A minha motivação e pica do início do curso, já se extinguiu.
 
 
E só penso que enquanto andar a perder tempo com isto, é dinheiro que gasto que poderia ser poupado, é tempo que perco que poderia ser aproveitado a construir uma família, é sanidade mental que perco... e pronto. Estou mesmo muito próxima de simplesmente anular a inscrição. Sei que se depois eu quiser voltar, com esta tese poderei fazê-lo até 2019. Ou seja, teria pelo menos 1 ano "sabático" para repensar a minha vida.
 
Por outro lado, se desistir sinto que falhei. Falhei a mim mesma, falhei ao meu marido, falhei à futura família... simplesmente falhei. E isto nunca me aconteceu e não sei como lidar com este sentimento. As únicas coisas na vida, que sempre desisti, foi de ginásios. Ou seja, uma parte de mim a que não dou grande importância. Nunca desisti / falhei, numa coisa a que dou bastante importância e que quase me define enquanto pessoa. Quem serei eu se não estiver a estudar? Quem raio é a louca da tese, se não estiver a estudar, quando isso faz parte da sua pessoa há 26 anos? Praticamente desde que entrei na 1ª classe que estive sempre a estudar. O único ano que "perdi" foi porque me inscrevi num doutoramento que depois não se iniciou por falta de alunos. Se a única carreira que tive (e provavelmente terei) na vida acabar desta forma, o que sou eu? Uma falhada. É isso... Ah tá, 'brigada.