quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Todos os Dias

Trabalhem na tese todos os dias!
 
Meia hora pelo menos. Por muito ocupados que estejamos, meia hora é sempre possível de encaixar.
 
Escrevam. Se não conseguem escrever, leiam qualquer artigo ou livro importante. Se não têm vontade de ler coisas académicas chatas (sejamos honestos... muita coisa é extremamente chata), façam qualquer outra das mil e quinhentas tarefas relativas à tese (que não são muito melhores, mas que quanto mais adiamos pior é), como por exemplo:
 
  • Bibliografia
  • Verificar referências
  • Verificar se todas as referências que aparecem no texto estão na Bibliografia
  • Procurar novos artigos / livros, que poderão ser interessantes, no Google
 
 
 
Não conseguem imaginar a diferença que faz, a todos os níveis. Não só vão avançando (mesmo que seja devagar, o importante é avançar), como até a nível da criação do hábito de trabalhar na tese todos os dias (e hábitos, ganham à motivação) vai ajudar na diminuição da ansiedade que sentimos.
 
ESTAMOS JUNTOS!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Alergias e Ataques de Pânico - Um fim-de-semana excitante

Estão a ver aquelas crianças que, nos filmes, vivem em redomas de vidro? Em que nada, nem ninguém, lhes pode chegar perto que começam logo a sangrar do nariz? Em criança eu apenas tinha 2 problemas: se apanhasse muito sol sangrava do nariz e tinha eczema nas mãos.
 
Era basicamente isto.
 
Agora aos 30, tenho eczema NO CORPO TODO (e ai de mim que use o produto errado), asma, intolerância à lactose e alergias com fartura. Acho que de tudo, mesmo assim o pior, são as alergias. Em especial à alergia à linhaça (que descobri este ano). É que quando tenho o azar de comer linhaça (que hoje em dia está em tudo o que é "saudável", raios os partam a todos) começo a sentir uma comichão estranha na garganta, que me dá tosse. Depois, parece que me custa a engolir. E depois (cereja no topo do bolo), sinto que a garganta começa a inchar. Este ano já são 2 vezes que vou ao hospital receber anti-histamínico intravenoso. A última vez, foi na sexta-feira. Acho que foi um sinal de Deus para eu perder o hábito de comer tostas à meia-noite de sexta. Então não é que o raio do pão (O PÃO, SENHORES, O PÃO!) tinha linhaça na composição, maaaas não aparecia nos ingredientes listados? Espectacular. Segundo o médico que me atendeu nas urgências, é uma prática muito comum...
 
 
 
O pior disto é que no sábado, passei o dia assim um pouco ganzada (e não estudei nada) e talvez pelo facto de não ter estudado, e da paranóia da possibilidade da garganta fechar (claro que não iria fechar, porque eu já tinha tomado tanta medicação que a garganta já estava quase no seu estado normal) comecei a ter uns ataques de ansiedade que incluiam IMENSA falta de ar, e o coração a bater tão depressa que depois entrei na paranóia de "Oh meu Deus, vou ter um ataque cardíaco!!". Com isto, vêm as tonturas e as pernas a tremer. Uma panóplia de coisas boas.
 
 
 
Estão a ver quando pegam ao colo, num animal pequeno, como um coelho ou um hamster, e sentem o coração deles a bater como louco? O meu estava assim. Claro que isto não é nada demais, é apenas uma resposta do corpo a um período de stress, mas isto somos nós a pensar de modo racional. Coisa que nunca conseguimos fazer naqueles momentos.
 
 
Quando fui para a cama, fiz uma sessão de meditação contra a ansiedade (afinal o Headspace ao fim de 10 sessões gratuitas passa a ser pago, por isso já subscrevi um podcast de meditação) e a coisa parece que acalmou um pouco. Mesmo assim só adormeci depois das 02 da manhã, porque continuava a sentir o coração a querer romper-me o peito.
 
E tudo isto, porque aqui a lontra decidiu comer uma tosta à meia-noite de sexta para sábado...

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Self Care: Meditação

Voltando ao tema "como combato a minha ansiedade" hoje venho falar sobre uma das ferramentas mais importantes nesta luta: Meditação.

Juntamente com as minhas sessões de hipnoterapia, comecei a meditar. Instalei uma app em português (do Brasil) chamada Meditare e com esta aplicação conseguir iniciar-me na prática. Depois disto, uma vez que infelizmente a app apenas tem meditações acompanhadas até 15min, encontrei um centro de meditação junto ao meu trabalho e todas as semanas, durante a minha hora de almoço, ia fazer uma sessão de uma hora.

Aos poucos, conseguia ir fazendo já as sessões em casa, e sem necessidade de serem acompanhadas. Por vezes sem música. Só mesmo eu, a minha respiração e a minha japa mala (o colar de contas de madeira, utilizado na meditação, que inspirou os primeiros Cristãos a criar o terço).

A meditação é uma prática que, se formos fazendo todos os dias, vai ficando cada vez mais fácil. Inicialmente eu tentava concentrar-me somente na respiração, depois disso no mantra que escolhi e depois com as minhas sessões de hipnoterapia em que a minha amiga me disse para tentar fazer autohipnose (que é mais ou menos meditação, mas concentramo-nos  numa "imagem" daquilo que queremos alcançar) e assim, aos poucos, fui ficando cada vez mais segura da minha prática e cada vez menos ansiosa.

Os beneficios da meditação têm sido estudados por cientistas, e está comprovado que tem inúmeros aspectos positivos, tais como:

  1. Aceleramento da Capacidade de Processamento Potencial do Cérebro
  2. "Aumento" do Cérebro (em áreas-chave do mesmo)
  3. Melhoramento da Memória de Curto Prazo
  4. Ajuda a prevenir envelhecimento do Cérebro
  5. Supressão de sentimentos de ansiedade
  6. Melhoramento da concentração
  7. Controle dos vícios
No entanto, a meditação tem um problema. Tem de ser praticada todos os dias! Se não formos fazendo todos os dias, os beneficios acabam por se perder e o nosso cérebro volta aos seus vicios antigos. Nestas férias, com a preguiça de "estou tão cansada que quero é dormir" e com o meu vício de "eu já estou bem e não preciso mais de fazer mais meditação", deixei de meditar e aos poucos, a minha ansiedade começou outra vez a surgir. Por isso quis voltar à prática que tão bem me fazia e que estupidamente abandonei. Como voltei? Como não queria estar armada em "ah, eu já fiz não preciso começar do zero" instalei a app Headspace que para além de fazer a contagem dos dias e minutos que já meditámos, também vai explicando o que é a meditação, quais os beneficios e como devemos iniciar a prática. Para além disso, a app instala automaticamente na nossa agenda do telemóvel um memo para que não nos esqueçamos de meditar todos os dias (a uma hora que nós poderemos escolher). Para os beneficios serem maiores, convem ser sempre à mesma hora, mas eu sou rebelde e faço sempre é quando estou a preparar-me para ir dormir. Até agora estou super fã desta app e caso consiga continuar a utilizá-la sem fazer o upgrade para o serviço pago, é o que vou fazer.


Meditação não obriga a que se tornem membros de nenhuma religião. Meditação é uma prática de nós para nós.

Experimentem.
 

Deixo abaixo, alguns links, caso queiram ver videos e ler artigos sobre este assunto, ou experimentar as apps:

Meditare

Headspace

Beneficios da Meditação

7 beneficios comprovados

How to Meditate for Beginners - vídeo

How Meditation can Reshape your Brain - TedTalk - vídeo

Debunking the 5 Most Common Myths about Meditation - TedTalks - vídeo


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Mestrado e Doutoramento e a Saúde Mental

Muitos estudantes dos chamados estudos pós-graduados (a nível de mestrado e doutoramento) acabam por enfrentar alguns problemas a nível da saúde mental. O maior dilema que depois enfrentamos, é que mesmo em pleno século XXI este assunto ainda é um assunto tabu. Como é tabu, muitos de nós acabamos por sofrer em silêncio sem nos apoiarmos sequer nas nossas famílias (que muitas vezes não percebem sequer como é possível termos problemas de saúde mental, se não somos "maluquinhos").

Por causa disto, vamos reprimindo aquilo que sentimos, acabamos por criar um monstro cada vez maior que acaba por nos toldar totalmente a mente ao ponto de criar problemas graves como a depressão.
 
Como isto é um problema geral, achei por bem falar aqui dos passos que dei que me ajudaram. Já tenho falado sobre o assunto, mas agora irei falar mais sobre aquilo que podemos fazer para combater os sentimentos negros que nos afligem.
 
 
Eu sofri (e sofro) com Síndrome do Impostor e Ansiedade. Sempre fui uma pessoa ansiosa, mas com o doutoramento as coisas chegaram a um ponto que eu já não aguentava mais. E como não aguentava mais, procurei ajuda.
 
Fonte: http://www.boredpanda.com/mental-illnesses-illustrated-by-monsters-by-toby-allen/
 
 
No meu caso, tenho uma amiga que estudou Hipnoterapia e tive algumas sessões com ela. Não consigo frisar o quão importante ela foi para mim. As sessões de hipnoterapia fizeram-me perceber quais eram os sinais que me faziam despertar a ansiedade e o porquê. Ao percebermos o porquê, conseguimos perceber que não fazem sentido os nossos medos. Não fazem sentido, porque se estamos neste ponto da "carreira" académica, é porque merecemos. Se estamos neste ponto, é porque queremos ali estar. E quase sem sabermos como, ao perceber estas pequenas coisas, soltam-se as amarras e subitamente temos forças para mergulhar nos livros com outra força. Não é que subitamente tudo fique fácil, não. Mas não temos mais ataques de pânico ao lermos artigos académicos, nem palpitações ao tentarmos escrever algo. Poderemos continuar a sentir um nervoso miudinho, mas é um nervoso saudável.
 
Por isso, o meu melhor conselho é:
 
Procurem ajuda!
 
Quer seja um amigo-confidente, quer seja um psiquiatra, um psicólogo, um hipnoterapeuta... qualquer pessoa que vos possa ajudar realmente a perceber o que se passa convosco e quais são as razões que vos levam a sofrer. Ao ficarmos a conhecer os nossos monstros pessoais, conseguimos combatê-los melhor.

Alguns artigos sobre o assunto:

There is a culture of acceptance around mental health issues in academia

Mental health: a university crisis

Ph.D. students face significant mental health challenges

Tips on looking after your mental health as a PhD student


 

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Os erros das férias - ou como não gozar as férias quando se é doutorando

Antes de ir de férias, eu tenho sempre planos grandiosos de como irei trabalhar na minha tese. Penso sempre "Todos os dias irei fazer qualquer coisa! Qualquer coisa! Seja ler um artigo, ou escrever".
 
Depois chegam as férias.
 
E aquele homem maravilhoso que tenho em casa, olha para mim e pergunta: "Queres ir passear?"
 
Dentro da minha cabeça, começa o seguinte diálogo:
 
"O que fazer? Meu Deus, o que fazer?? Ficar em casa e obrigá-lo a gastar as férias em dias em que nem sai de casa ou sair e não mexer nas coisas da escola? Podemos sempre ir passear e depois à noite quando chegarmos vou estudar. É isso. Vamos passear e depois logo à noite eu estudo. Eu até sou mais produtiva à noite do que durante o dia."
 
E saímos de casa para ir passear.
 
Agora, por favor tomem nota de que quando saímos para passear, habitualmente o que gostamos de fazer é andar a pé/fazer caminhadas. No primeiro dia de férias, entre deixar o carro junto à estação de Sintra, ir a pé até ao Castelo dos Mouros, percorrer cada centimetro do parque envolvente e do próprio castelo, e ainda descer à vila e passear até encontrar um restaurante... foram 17kms. Acho que não preciso de explicar que ao chegar a casa, só tinha forças para me arrastar para o sofá e adormecer, qual velhota, enquanto ele via televisão.
 
Isto foi o resumo do que aconteceu todos os dias, durante uma semana.
 
A segunda semana de férias, foram passadas na casa de familia. Levei 2 malas só de livros e cadernos, mais a mala do computador. A vontade estava toda lá, para todos os dias enquanto eles dormissem a sesta eu ia mergulhar nos livros. A vontade estava toda lá. Mas depois de comer (e beber, cof cof) belos almoços, em dias de cerca de 40ºC.... a vontade rapidamente desaparecia e era trocada pela revigorante sesta. E isto foi a segunda semana de férias.
 
Resultado final:
Lazer: 15
Produtividade: 0


Adorava ser uma pessoa cheia de força de vontade e capacidade de por o trabalho à frente do lazer, a sério que sim. Mas acho sempre que vou estar a prejudicar quem não tem culpa nenhuma de eu estar a estudar e... pronto...


segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Academic Writing - parte 2

Subitamente hoje percebi que desde Julho nunca mais aqui tinha escrito.

E como tinha prometido, à minha legião de leitores (uuuuh tanto silêncio que até consigo ouvir os grilos, aqui no bulício da cidade) que aqui iria falar sobre o que aprendi no curso, e por isso aqui vão as melhores e mais importantes dicas:
 
Dica 1:
  • Cada parágrafo apenas deve tratar uma, e apenas uma, ideia! O ideal é que a primeira frase faça ligação ao parágrafo anterior e a última faça a ligação ao próximo, mas ao longo do parágrafo falar apenas sobre uma ideia! Cada parágrafo não deve ser tão grande que ocupe uma página, nem tão pequeno que consista  numa ou apenas duas frases.
Isto é dificil para mim, porque sendo filha das Humanidades, adoro uma boa navegação na mayonnaise enquanto escrevo. Por acaso, sem saber como, aquilo que escrevi até agora tem sido dentro desta regra, mas agora que estou mais consciente deste facto acredito que me irá ajudar.
 
Outra dica importante e outro erro meu,
 
Dica 2:
  • são as frases longuíssimas e com as vírgulas nos lugares errados (como certamente já perceberam).
Não sei porquê, mas sempre tive este problema. Ainda me lembro de uma professora de português, vermelha como um tomate dos nervos que eu lhe dava, que me tentou explicar que "se uma frase ocupa mais do que uma linha e meia, não pode ser!!!". Talvez seja o Saramago que há em mim, mas sempre adorei escrever estas frases enoooooormes, sem pontuação, até que chega a um ponto em que já nem se percebe qual é o objectivo da mesma. Eu sei. Sou uma escritora fenomenal. Venha o Nobel.
 
Dica 3:
  • Esqueçam os floreados e escrevam assertivamente e directos ao assunto
Ah, longe vão os tempos em que eu tinha boas notas a Filosofia porque era capaz de divagar sobre o mesmo assunto, durante páginas e páginas e páginas... Mas por acaso floreados nunca foi o meu forte. Aliás, odeio escritores que se esforçam horrores por usar palavras caras. E como não tenho paciência para ler essas coisas a que chamam escrita, também não costumo (acho eu eheheheh) gastar o meu tempo nisso.
 
E pronto, da semana de aulas acho que estas foram as principais ideias a reter. Tudo o resto teve mais a ver com a gramática inglesa e por isso acho que não fará muito sentido escrever aqui sobre isso.
 
 
Boa escrita!!