quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Mestrado e Doutoramento e a Saúde Mental

Muitos estudantes dos chamados estudos pós-graduados (a nível de mestrado e doutoramento) acabam por enfrentar alguns problemas a nível da saúde mental. O maior dilema que depois enfrentamos, é que mesmo em pleno século XXI este assunto ainda é um assunto tabu. Como é tabu, muitos de nós acabamos por sofrer em silêncio sem nos apoiarmos sequer nas nossas famílias (que muitas vezes não percebem sequer como é possível termos problemas de saúde mental, se não somos "maluquinhos").

Por causa disto, vamos reprimindo aquilo que sentimos, acabamos por criar um monstro cada vez maior que acaba por nos toldar totalmente a mente ao ponto de criar problemas graves como a depressão.
 
Como isto é um problema geral, achei por bem falar aqui dos passos que dei que me ajudaram. Já tenho falado sobre o assunto, mas agora irei falar mais sobre aquilo que podemos fazer para combater os sentimentos negros que nos afligem.
 
 
Eu sofri (e sofro) com Síndrome do Impostor e Ansiedade. Sempre fui uma pessoa ansiosa, mas com o doutoramento as coisas chegaram a um ponto que eu já não aguentava mais. E como não aguentava mais, procurei ajuda.
 
Fonte: http://www.boredpanda.com/mental-illnesses-illustrated-by-monsters-by-toby-allen/
 
 
No meu caso, tenho uma amiga que estudou Hipnoterapia e tive algumas sessões com ela. Não consigo frisar o quão importante ela foi para mim. As sessões de hipnoterapia fizeram-me perceber quais eram os sinais que me faziam despertar a ansiedade e o porquê. Ao percebermos o porquê, conseguimos perceber que não fazem sentido os nossos medos. Não fazem sentido, porque se estamos neste ponto da "carreira" académica, é porque merecemos. Se estamos neste ponto, é porque queremos ali estar. E quase sem sabermos como, ao perceber estas pequenas coisas, soltam-se as amarras e subitamente temos forças para mergulhar nos livros com outra força. Não é que subitamente tudo fique fácil, não. Mas não temos mais ataques de pânico ao lermos artigos académicos, nem palpitações ao tentarmos escrever algo. Poderemos continuar a sentir um nervoso miudinho, mas é um nervoso saudável.
 
Por isso, o meu melhor conselho é:
 
Procurem ajuda!
 
Quer seja um amigo-confidente, quer seja um psiquiatra, um psicólogo, um hipnoterapeuta... qualquer pessoa que vos possa ajudar realmente a perceber o que se passa convosco e quais são as razões que vos levam a sofrer. Ao ficarmos a conhecer os nossos monstros pessoais, conseguimos combatê-los melhor.

Alguns artigos sobre o assunto:

There is a culture of acceptance around mental health issues in academia

Mental health: a university crisis

Ph.D. students face significant mental health challenges

Tips on looking after your mental health as a PhD student


 

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